Com a orientação de alguns profissionais de que eu tinha de ser trabalhada vinte e quatro horas por dia, meus pais começaram junto à minha avó uma incansável luta a favor da minha reabilitação. Eram vários os exercícios, mas lembro-me mais de alguns especificamente.
Lembro-me de ficar trancada no banheiro, com um painel enorme cheio de lâmpadas coloridas que eram acesas uma a uma, acompanhadas de sons de diferentes intensidades. O objetivo era inibir o chamado Reflexo de Moro. Para quem não sabe, Reflexo de Moro é um movimento corporal intenso involuntário que acontece quando levamos um susto. Normalmente, todos os bebês têm esse reflexo que com o tempo vai diminuindo. Porém, no meu caso, levaria mais tempo para desaparecer, daí esse tratamento. A idéia era a da inibição do susto provocado pela lâmpada que se acendia acompanhada do som. Na época, deu resultado, no entanto, atualmente, tenho horror de levar sustos. E ainda tem gente que insiste nisso...
Penso que os médicos e as famílias não podem só pensar na perfeição do sujeito, mas sim no estabelecimento da interação com ele. O que quero dizer com isso é que é necessário se perceber o momento de parar com as atividades e fazer outras coisas, como brincar, por exemplo, porque apesar da patologia estamos em contato com uma criança. O brincar, além de também exercitar algum aspecto importante, diverte a criança e faz parte de seu universo.
É, meus pais desde sempre lutaram por mim, nunca pensaram em me largar
Até mais,
bjo,
Carol
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