Aproximações nem sempre são fáceis






Como Max diz no filme,  suas características pessoais não lhe parecem necessitar de cura. Ele é portador da Síndrome de Asperger, mas prefere chamá-la carinhosamente de Aspie, pois Aspie é ele! Curá-lo de suas inseguranças, confusões mentais e literalidade no entendimento da linguagem seria como morrer para nascer uma outra pessoa. E isso ele sabe que não quer.
Tenho observado que pais de crianças que nascem com paralisia cerebral sonham com a cura, pois a criança que tem nas mãos ainda se aproxima da criança idealizada na gravidez e não a criança real que nasceu. É compreensível. Mas é saudável que, na medida em que a criança cresça, os pais entendam que aquilo que parecia externo e indesejável faz parte daquela pessoinha que está se desenvolvendo. Não é externo, mas sim uma característica como o formato do nariz, a cor dos olhos, os trejeitos. Claro que tudo isso pode ser mudado, como as dificuldades que a paralisia cerebral acarreta podem ser amenizadas. Mas não anuladas totalmente.
Assim, aproximar-se de quem tem a mesma questão e já é mais velho não deve ser uma experiência apenas dolorosa por entender que seu filho vai continuar sendo para sempre portador de paralisia cerebral. Deve também ser uma experiência cheia de esperança por constatar que seu filho poderá ter uma vida comum e produtiva, sabendo lidar com suas limitações, sabendo controlar seus movimentos involuntários.
Há muito trabalho a se fazer, mas também muita vida a se viver. Acreditem e aproximem-se!
Até mais,
bjo,
Carol 

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" As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem". Chico Buarque
 
Carolina - Um sonho a mais não faz mal
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