Bebê imaginário

É no inicio da gravidez que começa uma relação imaginária da mãe com o feto. A mãe faz uma representação de um corpo imaginário, já desenvolvido, e não de embrião. A gestação é composta de relações, feita de emoções, traduzidos pelos neuromediadores maternais que vão passar a barreira placentária e tocar o feto e não são neutras: pode-se falar de nutriente afetivo (FABRE-GRENET, 1998).
O processo gestacional, pelas varias transformações que causa no corpo e no psiquismo da mãe favorecida pelas vivências corporais com o feto, pode algumas fantasias, regressões, sonhos que devem constituir-se, por si mesmos, numa vivência privilegiada facilitada pela própria gravidez (WOILER, 2006).
O bebê idealizado é construído durante a gestação, sendo o bebê dos sonhos diurnos e das expectativas, o produto do desejo de maternidade. A mãe tem que personificar o feto para posso, na hora do parto, não se encontre com alguém completamente estranho a ela (Brazelton e Cramer, 1992). A personificação do bebê vai acontecendo à medida que os pais escolhem o nome do bebê e suas roupas, e modificam a casa. Dar características aos movimentos fetais, personificar esses movimentos dizendo o que e como esse filho será, por exemplo, são formas de atribuir uma personalidade ao feto.
Para Soifer (1986) o pós-parto, ou puerperal é uma etapa de “delimitação entre o perdido – a gravidez – e o adquirido – o filho. Ocorre a delimitação entre devaneio, fantasia inconsciente e realidade. esta múltipla delimitação é feita por um processo de elaboração lenta e gradual, na qual as fantasias não são concretizadas. Segundo a autora o parto é o momento de separação entre dois seres que até então viviam juntos, um dentro do outro. Então é nesta hora que há a perda de um estado e passagem a outro.
Debray (1988) diz que tem uma distância entre o “bebê real” e o “bebê fantasioso”, gerando decepção para a mãe. O bebê fantasioso surge pelo fato da mãe ter pouco contato com o bebê real. Nos primeiros momentos após o parto, o bebê com as suas características, que auxiliar a mãe a desenvolver o sentimento de competência e confiança em si e assim cumprir seu papel. Então a distância entre bebê fantasmático sonhado durante a gravidez e o bebê real será menor, e as decepções naturais poderão ser aceitas sem muito sofrimento. Mas, mesmo quando o bebê real realiza as fantasias da mãe, há a possibilidade de nascer nela um movimento depressivo após o parto.
A mãe sempre imagina que seu filho vai ser perfeito. Ninguém deseja ter um filho Portador De Necessidades Especiais, porém isso acontece e aconteceu com os meus pais. Eles sofreram muito, mas felizmente meus pais me aceitaram e isso foi fundamental para o meu desenvolvimento e para a família. E hoje somos uma família feliz

Até mais,
bjo,
Carol

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" As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem". Chico Buarque
 
Carolina - Um sonho a mais não faz mal
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