Invisibilidade – Parte III A crueza da realidade da exclusão social

Dizem que eu choco com a minha presença. Meu jeito de andar, falar e me colocar. Será que é porque eu não aceito o lugar que o mundo me reserva?

 A vida me proporcionou estar numa família que acredita em mim, me acolhe e me dá forças. Ela também me proporcionou, a duras penas, poder estudar, me profissionalizar e me qualificar. Hoje sou uma mulher que namora, quase tive um filho, profissional com especialização e muitos projetos na cabeça.
Mas a única coisa que parece que conta é o que as pessoas veem: minha paralisia cerebral. Daí quando abro a boca para falar que o penso, sei e sinto, escuto a afirmação: você choca. Choco porque não me limito a ficar calada? Choco porque prefiro o meu andar cambaleante a ficar numa cadeira de rodas?
Choco porque acredito que possa ser produtiva, criativa e colaborativa no mundo do trabalho? Por vezes, propostas aparecem, mas também desaparecem na sequencia. Ficam apenas as palavras de promessas que não se concretizam. E no eco dessas palavras cresce a minha dor.
Peço um favor aos desavisados que pensam me ajudar com seus belos discursos e falsas promessas: parem de me chocar com seus modos crus de me mostrar a realidade da exclusão social.
( Se esta história te toca de alguma forma, compartilha. Quem sabe mais pessoas lendo, a gente consegue mudar a cultura da invisibilidade de alguns grupos sociais)

Até mais,
bjo,  

Carol

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" As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem". Chico Buarque
 
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