Internet e novas perspectivas de atendimento terapêutico


Não há dúvidas de que a informática mudou a vida das pessoas. A internet chegou para ficar e trouxe oportunidades e comodidades antes inimagináveis. Quem, há quinze anos, imaginaria que seria possível fazer compras, movimentar a conta bancária, visitar museus e matar as saudades dos amigos sem sair de casa?
Quando esse movimento começou, houve quem criticou, dizendo que a humanidade estava chegando ao fim. É certo que algumas críticas são construtivas. A relação humana ainda necessita da presença física e não deve ser substituída. Mas temos de admitir que as possibilidades de relacionamentos virtuais movimentam positivamente cada vez mais parcelas da população mundial.
Na área da saúde, já é realidade o uso de consulta e busca de informações médicas online. Muito se fala sobre a ética desses procedimentos e isso é, de fato, uma questão relevante que deve ser permanentemente discutida. Afinal, há quem possa usar esse recurso para fazer o mal.
Mas, garantidos os princípios da bioética, o que vemos é que a oferta desses serviços aumentou a demanda. São milhares e milhares de pessoas, no mundo todo, que buscam informações médicas, compram remédios e se consultam via internet. Isso está fazendo com que seja revista a relação médico-paciente, tornando-a mais dinâmica. O paciente não aceita mais ser passivo nessa relação. O volume de informações que ele adquire na internet está obrigando o médico a dialogar mais com ele, a tomar juntos as decisões sobre o encaminhamento do tratamento.
Hoje, as pessoas com a internet estão experimentando mostrar suas caras, sem medo, sem maquiagem, sem subterfúgios. Assim, estão podendo elaborar suas questões pessoais e ajudar outras pessoas que passam por problemas semelhantes. Assim, vão se formando redes sociais com diferentes temáticas.
Também o trabalho terapêutico psicológico é possível na internet. Sou psicóloga, tenho realizado terapias online  e vejo grandes vantagens nessa nova forma de compor o setting terapêutico.
Tudo começou com o meu blog www.carolcam.blogspot.com . Nele, procuro tornar públicas as dificuldades e as conquistas de uma pessoa portadora de necessidades especiais. Nele, conto histórias, relato fatos cotidianos vividos por mim e por outras pessoas portadoras de necessidades ou não, denuncio a falta de acessibilidade que ainda se vê nos mais diferentes contextos de nossa cidade. Foi por meio desse blog que conheci minha primeira paciente e a primeira vantagem de um atendimento à distância: ela é moradora de outra cidade, mas fazia questão que eu a atendesse.
Um atendimento a distância mantém muitas das características de um contrato de atendimento presencial: possui dia e hora marcados, tempo determinado, sigilo profissional e condições para se estabelecer o vínculo terapêutico. Com esta paciente, uso o Skype. Então, já conheço sua voz. Sei quando está agitada ou deprimida, por exemplo.  Vejo a possibilidade de introduzir a webcam nesse contexto, mas ainda não a experimentei. Tenho avaliado satisfatoriamente esta experiência e dela decorre a segunda vantagem: atender pacientes portadores de necessidades especiais com dificuldade de locomoção.
Sei o quanto é difícil para o portador e sua família se locomoverem durante a semana para cá e para lá nas mais diversas atividades que necessita fazer. Muitos profissionais não entendem quando o paciente falta, achando que é má vontade da família, mas eu sei o quanto é desgastante as horas gastas dentro de um carro. Fora o “pequeno detalhe” de que a vida não gira em torno apenas daquele membro da família. Existem outros filhos e ainda que não haja, a vida dos pais continua independente do filho com necessidades.
Foi pensando na acessibilidade desses e também daqueles que por diversos motivos não têm condições de sair de casa (idosos desacompanhados, pessoas com mobilidade reduzida temporariamente, gestantes de alto risco, donas de casa sem condução, além dos fóbicos) que passei a propor meu trabalho terapêutico para um público maior.
Minha postura clínica é psicanalítica de cunho winnicottiano. Em outras palavras,  minha preocupação está em acolher a pessoa com tudo que gira a seu redor. Não se trata de um trabalho que vise somente à eliminação sumária e imediata de um sintoma, mas sim de um processo terapêutico voltado para o amadurecimento pessoal com vistas à autonomia.
Autonomia se conquista com acessibilidade e é isso, em primeira instância, que eu ofereço com esta modalidade de trabalho.
Para maiores informações, entre em contato comigo. Carolina Câmara, email: camara1carolina@gmail.com ;  skype: carolinacamaraoliveira


Até mais,
bjo,
Carol 





8 comentários:

Ana Maria
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Maria

Olá, Carol, procuro tantas informações que acabei encontrando seu blog. Tenho uma filha de 1 ano e 7 meses, ela tem PC , meu mundo é cheio de dúvidas, vc deve me entender. Voce poderia me esclarecer algumas delas?

Unknown

Oi Ana Maria, claro que posso te ajudar, me passa seu mail por favor, pelo mail. Para que a gente combine.
Abraço

EU VENCI O CÂNCER!

EI AMIGA TEM SELINHO PARA VC NO MEU BLOG E O SELINHO DE DESTAQUE DESSE MES TBEM.SAO 4 SELINHOS ESTA NO INICIO DO MEU BLOG OK!!!

Vinícius Nascimento

Carol, tudo bem?
Sou fonoaudiólogo e fiquei muito feliz com seu blog. Fui aluno da Lúcia Masini que me passou o link. Parabéns pelo trabalho e pela escrita.
Também tenho um blog, comento um pouco sobre questões relacionadas a pessoas Surdas e com deficiência.Dê uma olhada: http://www.empautasurdezediferenca.blogspot.com/
Grande abraço
Vinícius Nascimento

Unknown

Oi Vinicius, obrigada!
Já fui seu blog, gostei muito. Vou continuar acompanhando.
Grande abraço

anacantante

Parabéns pelo blogue e pelo seu trabalho.
Vou continuar a seguir.
Beijinho.

Unknown

Oi Ana,
obrigada!
Espero você sempre aqui!
bjs

" As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem". Chico Buarque
 
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