Minha avó


Minha avó ficava muito atacada quando eu e meu irmão pegávamos seus materiais de costura. O ataque aumentou quando minha tia e seus filhos foram morar lá. Aí, éramos três: eu, meu irmão e meu primo, Mateus. Nessa época, já não morávamos lá, mas meus pais lá nos deixavam, na sexta-feira, à noite, quando saíam para se divertir. Fiquei muito amiga de meu primo e, juntos, deixávamos minha avó louca. Nós decidíamos que não íamos dormir, para poder brincar mais e ela, então, inventava que ia chamar a polícia, ou que o vizinho ia nos pegar. Detalhe: esse vizinho era um sujeito muito esquisito, ninguém gostava dele e ele fazia por merecer: não gostava de nada, fosse barulho ou gente. Morava só com a mulher. Quando minha avó dizia que ele vinha nos pegar, eu ficava em pânico, mas não parava de bagunçar ou, ainda, começava a chorar, pedindo-lhe para não chamar o vizinho nem a polícia. Avó também sabe ser ruim.

A

Contam histórias, levam para passear, brincam de cozinhar.

Fazem da vida um caça ao tesouro.

Dão carinho, cuidam, amam.

Colo igual aos seus não há.

Adoram ensinar coisas que ninguém mais tem paciência de explicar.

Suas casas cheiram a bolo, biscoito, pastéis.

Em cada canto, uma fantasia. É pura alegria.

Casa de vó é casa de boneca.

Pessoas iguais a elas não existem.

Vós são lindas.

Elas sabem viver.


Até mais,

bjo,

Carol

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" As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem". Chico Buarque
 
Carolina - Um sonho a mais não faz mal
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